Xangô

Se me perguntarem quem é Xangô, responderei que é o nome de um Orixá dos negros africanos. Foi um rei poderoso, forte e justo. Sua história chegou a terras brasileiras, saindo dos navios negreiros, carregados de descendentes da nobreza africana, que aqui sofreram a penúria da escravidão. Foram espalhados e criados como propriedades de outros homens poderosos e injustos. Nesta terra, a nobreza escrava, não esquecia de suas origens ancestrais e suas lendas eram contadas de geração em geração. As mais lembradas, eram as que falavam da justiça e ordem divina.
Xangô era rei, forte e justo, encantador pela beleza física e suas palavras sábias. E assim muitas de suas lendas mostravam a temporalidade física e a eternidade da alma. Os escravos que associavam seu culto ao dos seus senhores inventaram a associação de virtudes dos orixás aos santos católicos. Xangô era todo o santo que carregava a sabedoria na palavra, como São Jerônimo, o juiz das almas que entram no céu com São Pedro. A revelação da luz do Sol (Oxalá) que cegou São Paulo. O fiel fervoroso São Joaquim. Era ainda o dono da pedra da pia batismal, São João. Ou aquele que via as estrelas, São Tiago. E também aquele que ensinava como se libertar do peso da alma, como Santo Agostinho.
A sabedoria do negro escravo, era uma das qualidades herdadas de Xangô. A inteligência ou razão que se associa com a fé é o verdadeiro caminho que nos liberta.

Que Xangô do alto de suas pedreiras ilumine nossas mentes, para evoluirmos e aceitarmos que todos somos filhos do Rei do Universo. Somos parte da criação divina que nos concedeu o livre arbítrio, a livre decisão.

Caboclos de Xangô, entidades iluminadas com as forças da Justiça Divina, nos liberte da eterna condenação. Fortaleça nosso julgamento em favor da fraternidade, respeito e tolerância. Amados irmãos de Luz, eduquem essa nova geração para a construção de uma sociedade mais digna e justa. Que em todas as partes dessa pequena morada do Pai Eterno, só existam corações repletos de amor, de esperança e respeito.

Assim Seja!


texto da Bebel