domingo, 6 de julho de 2008

altar santa sarah

ALTAR PARA EXÚ

Bará
Os primeiros missionários após identificarem, o que para eles era importante, o que representava este Orixá aos negros, logo o identificaram como o Diabo, talvez por alguns comportamentos que a Ele é comum, como: irreverência, prepotência, arrogância, astúcia e um ser nem um pouco puro, se óbvio comparado aos padrões da Igreja Católica.
Por várias características pertencentes aos homens, Bará se apresenta como o Orixá mais humano de todos os Deuses africanos, a mais marcante e que responde sempre na mesma forma de como e tratado, se ganha o que lhe pertence, encontraremos um Orixá prestativo e presente, segurando todas nossas futuras necessidades, caso contrario devemos nos preparar, sem exagero, para alguma coisa desagradável.
Como dono das chaves, dos portais, encruzilhadas e caminhos, deve sempre ter suas saudações, obrigações e cortes, este último quando necessário, feito em primeiro lugar, assim nós humanos garantimos a segurança de nosso ritual, assim como no ritual é o Orixá responsável pela boa abertura dos trabalhos, esta para nossos negócios e vidas, destrancando caminhos e abrindo portas, ou trancando e fechando, dependendo de nossos merecimentos e cumprimento de tarefas.

Uma de suas características mais marcantes, esta presente em uma das milhares lendas existentes sobre este Orixá, conta a lenda que certo dia Bará desafia Oxalá, a discussão em pauta era saber quem era o mais antigo, logo Aquele que deveria receber mais respeito, e se tornar o soberano em relação ao Outros, após uma batalha cheia de peripécias e truques, Oxalá domina a cabaça de Bará, onde esta sua concentração de poderes, tornando-lhe assim seu eterno servo.

Exu serve como intermediário entre os Orixás e nós, homens. É a força da criação, é o princípio de tudo, o nascimento, o equilíbrio negativo do Universo, o que não quer dizer coisa ruim. Exu é a célula da criação da vida, aquele que gera o infinito, infinitas vezes. É o primeiro passo em tudo. Está presente, mais que em tudo e todos, na concepção global da existência. É a capacidade dinâmica de tudo que tem vida. Principalmente dos seres humanos, que carregam em seu plexo este elemento dinâmico denominado Exu. No candomblé é chamado Bára, ou seja, "no corpo", preso a ele. É a abertura de todos os caminhos e a saída de todos os problemas. Aquele que ludibria, engana, confunde; mas, também ajuda, dá caminhos, soluciona.

Seu símbolo não é o tridente associado ao diabo, mas sete ferros voltados para cima representando os sete caminhos do homem, os setes chacras (pontos de captação, distribuição e armazenamento de energia), as sete cores, as sete auras. É o mais humano dos orixás, sendo uma divindade de fácil relacionamento. Sua função de contato entre o homem e os demais orixás faz com que supere o real, e atinja o mágico. São os orixás que respondem no jogo de búzios, mas é Exu que traduz a resposta.

Não é dele a responsabilidade de decidir o que é certo ou errado; apenas realiza a tarefa para a qual foi invocado. Teria mesmo papel que o deus Mercúrio na mitologia romana.

Para se ter uma noção do comportamento e da regência paradoxal de Exu, cito um de seus Orikís (versos sagrados), que diz:

"Exu matou um pássaro ontem, com a pedra que jogou hoje!".

CORES
Vermelho (ativo) e preto (absorção de conhecimento)

SAUDAÇÃO
Laroiê Exu ("Salve Exu"), Alúpo ou Lalúpo; Èsù yè, Laróyè (Salve Èsù).

DOMÍNIO
Encruzilhada, portas, caminhos, movimento, cosmo.

ANIMAL
Cachorro

ELEMENTO
Fogo

VELAS
Preta (conhecimento) e vermelha (coragem).

DIA DA SEMANA
Segunda-feira

NÚMEROS
01, 07 e seus múltiplos.

GUIA
Corrente de aço (para alguns), vermelho escuro (Legba), vermelho.

OFERENDA
Pipoca, Milho torrado, 07 batatas inglesas assadas e azeite de dendê.

ADJUNTOS
Legba com Oiá Timboá, Lodê com Iansã ou com Obá, Lanã com Obá ou com Oiá, Adaqui com Oiá ou com Obá, Agelú com Oxum Pandá e às vezes com Oiá.

METAL
Bronze (elemento vermelho - renascimento) , mas prefere acima de tudo o barro, lama de onde surgiu. Ferro bruto (minério). Terra.

INSTRUMENTO
Tridente

FERRAMENTAS
Corrente, chave, foice, moeda, búzios, entre outros.

AVE
Galo Vermelho.

QUATRO PÉ
Cabrito branco osco mais ou menos marrom.

SÍMBOLO
Ogò (porrete em formato de okani (phalus) - representando a fertilidade) e àdó (cabaça) e o Òkòtó (uma espécie de caracol).

AJEUN
Come de tudo. (Pois ele é quem restitui tudo).

PROFISSÃO
Comerciantes, vendedores, militares e jornalismo.

PEDRA
Preciosa Laterita (Yangì).

O QUE FAZ
Vigia as passagens, abre e fecha os caminhos. Por isso ajuda a resolver problemas da vida fora de casa e a encontrar caminhos para progredir, além de proteger contra perigos e inimigos.

ONDE RECEBE OFERENDAS
No Canto das Encruzilhadas.

PLANTAS
Pimenta, Capim Tiririca, Urtiga. Arruda, Salsa, Hortelã.

PRESENTES PREDILETOS
Dinheiro, Velas, suas Comidas e Bebidas preferidas, Charutos (Exu) ou Cigarros (Pomba-gira) .

QUIZÍLIA
Comidas Brancas e Sal.

PARTES DO CORPO
Cavidade do Orì (cabeça), cavidade do útero, sensação de sede e fome, atividade sexual, placenta fecundada, os pés, fígado.

TOQUES
Bravum (preferido), Agere, Ilù, Hamunyia, Ego.

SINCRETISMO
*Bará Lodê: São Pedro, quando faz adjunto com Iansã, São Benedito com faz adjunto com Obá.
*Bará Lanã: Santo Antônio do Pão dos Pobres.
*Bará Adaqui: Santo Antônio.
*Bará Agelú: Menino no colo do Santo Antônio.
Sincretismo: indevidamente diabo, pelos católicos.
Equivalências Tarô: carta nº 15.
Baralho cigano: carta nº 1.

Fonte: terreiros no Rio Grande do Sul

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